O Covid-19 está provocando várias mudanças em todos os segmentos no Brasil. Ela está afetando o modo de vida das pessoas, os empregos, os preços dos ativos, o funcionamento dos negócios. Há, no entanto, uma classe de difícil acesso e que se encontra no setor informal, depende de rendimentos diários para sustentar suas famílias e esse será o maior desafio dessa pandemia, no entanto, se conseguir acessá-la isso servirá para outras ações futuras.

O Governo, como forma de atenuar a crise está implementando uma ação de conceder benefício de R$ 600 para ajudar na manutenção de famílias, sem trabalho e renda momentânea, com a crise. Estudos mostram que 37 milhões de brasileiros trabalham em ocupações e setores informais, extraem seus rendimentos diretamente de venda de produtos a pessoas, prestação de serviços ao público e de empresas em áreas urbanas. Nesses mesmos estudos, mostram, por exemplo, se todos esses trabalhadores informais não tivessem como trabalhar a taxa de desemprego iria passar para 28% e a pobreza passaria de 17% para 23%. Pelo lado oposto, se o desafio for alcançado, ou seja, consegui acessar esse segmento, a renda média e a desigualdade poderia voltar a situações pré-crise. Em outras palavras, se o benefício de R$ 600 reais consegui chegar no segmento informal atenuaria muito os efeitos da crise, esse é o grande desafio do Governo.

Como o índice de desemprego já estava alto antes da crise, se o plano de R$ 600 conseguir acessar os trabalhadores formais bem como esse segmento informal (esse que falamos) a pobreza extrema seria praticamente eliminada. Em outras palavras, o público-alvo que deveria ser contemplado pela ação dos R$ 600 é bem maior que o inicial do programa.

Concluindo o raciocínio, a redução da pobreza apenas com o público-alvo inicial será muito pequena. Também não é da noite para o dia que se consegue cadastrar quem nunca teve cadastro. No entanto faz-se necessário agora que o governo foque nesse segmento invisível pois nele estará a solução não apenas durante essa pandemia, mas também para futuras ações que poderão surgir pela frente.

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