O volume de crédito imobiliário no Brasil deverá atingir R$ 170 bi neste ano mesmo com a tendência de aumento nas taxas SELIC. Um ajuste para cima nos preços do financiamento imobiliário é aguardado e alguns Bancos já iniciaram o processo de subida. Trata-se de uma linha de longo prazo e o cenário atual de aumento da taxa SELIC influencia na taxa do crédito imobiliário que é uma linha sensível aos juros futuros.
Alguns Bancos preferem aguardar a concorrência para não perder negócios, mas enquanto não inicia as alterações apertam os critérios de aprovação, exemplo: clientes com scores muito baixos acabam obtendo taxas mais elevadas. Isso é uma forma de elevação “branca” de taxa.
Existem linhas de crédito imobiliário com correção de TR e com índice de preços: IPCA ou IGPM. Os especialistas projetam que para o ano que vem as taxas devem subir para 7 e 8% ao ano, podendo até ficar maior caso o SELIC fique acima dos 8%. Isso porque os Bancos mantêm em média um spread de cerca de dois pontos percentuais em relação ao SELIC, ou seja, tudo leva a crer que serão necessários ajustes para cima. O cálculo ao contrário também pode ser feito: para termos taxas de crédito imobiliário como no início do ano, teríamos de voltar para patamares de 3,5%, como vimos a um ano e meio atrás. De qualquer forma, esses produtos ainda permanecerão com patamares baixos de taxas quando comparados com outros produtos.
Mesmo com esse aumento nas taxas a demanda por crédito imobiliário não vai diminuir. Isto porque, embora o ingrediente taxa seja fundamental numa operação de longo prazo, houve uma mudança estrutural nos hábitos do tomador que antes era muito mais avesso a esse tipo de produto e hoje está mais focado na aquisição do bem, mesmo se vier através de um financiamento. A pandemia ajudou também para incrementar esse produto: muita gente passou a procurar o imóvel ideal para morar e financiamento foi a alternativa para viabilizar isso. Outro fator que impulsionou foi a demanda por imóvel para investir uma vez não ter mais tantas boas opções de investimento financeiro como no passado.
Ainda que tenha esse percalço da taxa de juros, o crédito imobiliário deverá bater o recorde em 2021, tanto que alguns especialistas projetam crescimento das originações de 40% no segundo semestre de 2021. De qualquer forma, com este cenário de aumento de custos das taxas de crédito imobiliário, pode ser um bom momento para comprar o imóvel com o financiamento e obter taxas ainda sem os reajustes.