Como o próprio nome diz, trata-se de um crédito que tem como garantia o imóvel. Devido ao Imóvel ser uma excelente garantia para o Banco, as taxas desse produto é a mais baixa do mercado. Para se ter uma ideia, em dezembro de 2020 a taxa média de crédito pessoal, medida pelo Banco Central foi de 5,13% ao mês enquanto a do crédito com garantia do imóvel foi de 0,80% ao mês, ou seja, uma proporção de mais de 6 vezes.
Mas não fique pensando que isso é assim porque o Banco quer ficar com seu imóvel, se assim quisesse o negócio do banco seria compra e venda de imóveis, e não emprestar dinheiro, pense nisso! O que o Banco realmente quer, é emprestar, ganhar seu spread e ter seu dinheiro emprestado de volta. Mais ainda, o Banco quer emprestar e ter uma boa garantia, entendeu?
Mas se é assim, porque o Banco só empresta neste produto 60% do valor do imóvel? Excelente pergunta; em primeiro lugar, porque isso é o que permite a norma do Banco Central (res. num 4271). O princípio dessa resolução é para não permitir ter mais saldo de empréstimo do que saldo de valor de imóvel, como aconteceu nos EUA e quase quebrou o mercado financeiro americano. Em segundo lugar, porque o saldo devedor da operação se valoriza com os juros enquanto o valor da garantia acontece o contrário, uma depreciação, ou seja, se desvaloriza com o tempo. Sendo assim, caso o empréstimo não seja pago, a linha do empréstimo poderá se cruzar com a do valor do imóvel e ficar com mais empréstimo do que garantia, e o Banco não quer isso.
Bom agora vamos explicar a parte boa. Como esse produto é o que tem a menor taxa do mercado e um prazo extremamente longo, por tudo que já explicamos anteriormente, sua prestação fica bem menor que as demais linhas de crédito. Como esse recurso pode ser utilizado para qualquer finalidade, muitas vezes essa operação é feita para liquidar outras operações de crédito com juros e prestações maiores. Essa vantagem de ter menor juros e maior prazo pode ser utilizada também para alavancar qualquer outro objetivo financeiro.
Concluindo: trata-se de uma operação de crédito extremamente vantajosa quando comparada com as outras. Precisa, no entanto, ser mais difundida na cultura brasileira pois ainda carece de conhecimento sobre esse produto, bem como, ainda existe uma resistência em se colocar o imóvel como garantia, devido a alienação.
